A formação em psicanálise é um processo no qual através da análise pessoal, da aquisição de conhecimento e da prática clínica supervisionada, o candidato se autoriza psicanalista porque atestou ao longo do processo, a existência do inconsciente. A autorização é um tempo ético, um tempo diferente para cada candidato, um tempo lógico no qual o atravessamento do sujeito pela psicanálise foi possível. O que atravessa, marca, deixa uma impressão, abre caminho e abre furo.

Na proposição de 1967, Lacan vai formar a sua escola, num momento de conflito com outros e com a IPA (International Psychoanalysis Association), Lacan afirma que “O analista por si só se autoriza”.

Esta afirmação, como um projétil, tem vários alvos: um deles é destituir a soberania de instituições como a IPA como únicas formadoras de psicanalistas, mas talvez o alvo mais importante tenha sido legitimar a ética do inconsciente, da singularidade na formação do psicanalista, permitindo que cada um “faça escola” no seu tempo e se autorize no tempo de sua análise.

Alguns anos mais tarde, a afirmação é acrescida de um por demais: “O analista por si só se autoriza... e por alguns outros”. É o momento que Lacan reconhece a comunidade analítica como detentora de um poder de autorização. Um analista se autoriza, mas a sua prática precisa ser reconhecida e autorizada por seus pares.

Num primeiro momento, o ILPC (Instituto Latino americano de Psicanálise Contemporânea) instituiu sua formação pressupondo um “aparente tempo determinado”, o que na prática nem sempre era possível, uma vez que a prática clínica poderia se estender em função de um aprimoramento, além do tempo aparentemente suposto.

Para 2023, reformulamos nossa formação e adotamos critérios mais efetivos para que o candidato à psicanalista sinta-se preparado na sua prática. Os três primeiros anos serão de aquisição de conhecimento teórico e deverão caminhar juntos com a análise pessoal do candidato. Uma vez tendo adquirido o conhecimento teórico necessário para o exercício da prática clínica e avançado na sua análise pessoal, seguirão um mínimo de dois anos na clínica social ou convencional porém com alguns seminários teóricos agendados e também supervisão clínica obrigatória. Enfatizamos que, como na prática psicanalítica, a singularidade é imperativa, podendo o candidato se autorizar e ser autorizado antes ou depois do tempo padrão mencionado. Cada candidato avançará no seu tempo tanto na aquisição do conhecimento como no aprimoramento da prática clínica como no progresso da sua análise pessoal.

Para nosso instituto no ABC, o curso será oferecido na modalidade híbrida (aulas on line e presenciais), necessário manifestar interesse pelo whatsapp (11) 98487 6907, agendar uma entrevista com a coordenadora do pólo (Renata de Masi) e os valores serão discutidos e ajustados durante a entrevista.

Mudamos também a nossa grade de conteúdo incluindo mais conceitos de diferentes abordagens, tornando assim, a nossa formação diversificada, proporcionando ao candidato aprofundar mais numa determinada linha de pensamento que tenha mais afinidade, criando durante a formação o seu estilo próprio de ser um psicanalista.

 

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